quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Derrota do Flamengo na Libertadores não faz mudar o discurso evasivo

Com uma atuação até apática contra o fraco Real Potosí-BOL, o Flamengo perdeu por 2 a 1 de virada e já saiu em desvantagem na briga pela última vaga para o Grupo 2 da Taça Libertadores. Além da altitude, os problemas extra-campo foram o principal empecilho, refletidos não só na atuação mas também nos discursos pós-jogo e a torcida do Flamengo começa a se preocupar com a permanência do time no torneio mais importante do continente.

A notícia da contratação de Vagner Love por 2 anos amenizou a crise no clube, ainda ontem. No entanto, foi só rolar a bola que o rubro-negro polêmico voltou a dar as caras. A preparação de 9 dias na Bolívia de nada adiantou, pois logo após o gol, aos 29 minutos do primeiro tempo, nenhum dos jogadores conseguia mais correr, tanto que dois minutos depois, em uma grande falha da zaga, Centurión empatou para os anfitriões. As desculpas da velocidade diferente da bola também foi um dos maiores álibis, para explicar tanto as bobeadas da defesa quanto o grande número de passes errados.

Ronaldinho Gaúcho, por sua vez, foi o maior destaque negativo da partida. Sem as jogadas inteligentes que o renderam dois prêmios de Melhor Jogador do Mundo, ele teve nova atuação apagada e errou passes como um garoto da base assustado por jogar entre os profissionais. Além disso, o camisa 10 não chutou a gol e pouco driblou. Por outro lado, o jovem Luiz Antônio atuou como um medalhão. Justo ele, que esteve a um passo de ser colocado no banco, brilhou distribuindo bons passes, se apresentando bem no ataque e até marcou o gol que permite ao rubro-negro vencer por 1 a 0 daqui a uma semana no jogo de volta.


E é exatamente isso que o time pretende. Acomodado com a derrota, dispondo de incontáveis artifícios para transferir a culpa da derrota (primeira partida do grupo, altitude, velocidade da bola,...), aos 38 minutos do segundo tempo o time tocava a bola no campo de defesa, apostando numa vitória simples para se classificar para a fase principal da competição.

A diretoria presidiada por Patrícia Amorim e que já se envolveu em diversas situações só nesta pré-temporada ainda não aprendeu com os episódios de Thiago Neves, por exemplo, que imprevistos acontecem. E olha que não seria nem um pouco imprevisto se o Flamengo não conseguisse superar o Potosí no nível do mar, com a bola na velocidade normal, na partida de volta.